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A psicoterapia neurocognitivo-comportamental: neurociência unida com a psicologia



Entender o comportamento, as funções e a organização cérebro-mente é uma busca antiga e que atua até a atualidade no meio científico. Ao longo do tempo, essa relação, estrutura neural e função mental, foi se alternando entre localizacionismo (as funções específicas são localizadas em áreas circunscritas do cérebro) e holismo (a função tem o cérebro com substrato).


Contudo, a neuroplasticidade se tornou a base do processo de intervenção da psicoterapia, além de ser uma das características mais importantes do sistema nervoso central, pois possibilita a adaptação, a reorganização, o armazenamento e a recuperação do/no SNC. Devido a isso, ela é de extrema importância para a psicoterapia e a reabilitação cognitiva. Dessa forma, os estudos de imagem ajudam a corroborar a ideia de que durante a psicoterapia os processos biológicos são alterados pelos processos cognitivos e comportamentais.


Devido a isso, surge o modelo de intervenção neurocognitivo-comportamental, que “combina técnicas de reabilitação neuropsicológica e psicoterapia cognitivo-comportamental, utilizando como base explicativa os mecanismos de plasticidade neural” (Charchat-Fichman, Fernandes, Landeira-Fernandez, 2012). Para tal, são necessárias referências teóricas que “são utilizadas durante o processo de avaliação, psicoterapia e reabilitação neuropsicológica” (Charchat-Fichman, Fernandes, Landeira-Fernandez, 2012) e elas se fundamentam em: neuropsicologia cognitiva, psicologia cognitiva (modelo de processamento de informações) e psicologia comportamental (teorias de aprendizagem e análise experimental do comportamento).


Dessa forma, o modelo de intervenção neurocognitivo-comportamental segue tais procedimentos: avaliação neuropsicológica – “tem por objetivo a formulação de um perfil do funcionamento psicológico de pacientes que sofreram lesões cerebrais de etiologias diversas ou apresentam alterações cognitivas e comportamentais passíveis de serem atribuídas a alterações funcionais do sistema nervoso central” (Charchat-Fichman, Fernandes, Landeira-Fernandez, 2012); reabilitação neuropsicológica – processo terapêutico que tem por objetivo habilitar o paciente a se adaptar ao seu novo contexto psicossocial por meio da recuperação e da compensação; terapia cognitivo-comportamental – “reúne técnicas de intervenção sobre cognições, comportamentos e emoções” (Charchat-Fichman, Fernandes, Landeira-Fernandez, 2012) e as etapas do processo de intervenção neurocognitivo-comportamental – “a) Entrevista com paciente, familiares e cuidadores. b) Atividades de interação com o paciente (jogos, conversas informais, análise de filmes, proposta de tarefas). c) Escalas comportamentais. d) Testes neuropsicológicos padronizados e validados (papel e computador). e) Delineamento do perfil neuropsicológico. f) Elaboração de hipótese diagnóstica funcional com base na avaliação cognitiva e comportamental. g) Elaboração de um programa de reabilitação neuropsicológica que inclui treinamento cognitivo, análise funcional, autoconscientização e aplicação de técnicas da psicoterapia cognitivo-comportamental” (Charchat-Fichman, Fernandes, Landeira-Fernandez, 2012).


Portanto, a psicoterapia neurocognitivo-comportamental é uma prática clínica, que tem como proposta uma metodologia de intervenção que usa da interface da neurociência com a psicologia cognitiva e pode ser utilizada para diferentes casos.



Charchat-Fichamn, H.; Fernandes, C., S.; Landeira-Fernandez, J. Psicoterapia neurocognitivo-comportamental: uma interface entre psicologia e neurociência. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas. Vol. 8 (1). Rio de Janeiro, 2012.

Referência imagem: https://www.psicologo.com.br/tcc-terapia-cognitivo-comportamental/


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