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A medicina preditiva hoje em dia



A medicina preditiva, diferente da medicina curativa e preventiva, tem como objetivo principal se antecipar às possíveis doenças que um indivíduo possa vir a desenvolver no futuro. Para tanto, ela lança mão de técnicas como mapeamento genético, monitoramento contínuo de sinais vitais, big data, entre muitas outras.


Com os avanços tecnológicos da década, tais técnicas se tornaram cada vez mais baratas e, consequentemente, mais acessíveis ao público, que faz uso destas cada vez mais. Um exemplo clássico é o caso dos wearables, dispositivos como smartwatches e smartbands que medem frequência cardíaca, temperatura corporal, pressão sanguínea, quantidade de passos, queima de calorias e até o tempo de permanência em cada estágio do sono. Juntando toda essa quantidade enorme de dados com técnicas de análise como big data, é possível descobrir padrões de normalidade e avisar indivíduos com parâmetros fora da curva para visitarem um médico antes que aconteça algum acidente ou que qualquer doença se instale.


Dentro da neurociência, vale destacar o trabalho da startup brasileira Epistemic, que desde 2015 vem desenvolvendo um app associado a um dispositivo wearable que capta e interpreta sinais de eletroencefalograma do paciente para prever crises epilépticas. O software desenvolvido é capaz de interpretar o EEG e identificar sinais que antecedem a crise em até 25 minutos. Então uma mensagem é enviada para o celular do paciente e do cuidador para que ambos se preparem para a crise eminente. Apesar do dispositivo não diagnosticar a epilepsia antes que ela se manifeste, ele é considerado sim como um tipo de medicina preditiva por antecipar a crise epiléptica.


Outro grande ramo da medicina preditiva e que vem crescendo cada vez mais no mercado é o do mapeamento genético. Hoje em dia uma pesquisa no Google é suficiente para encontrar uma quantidade enorme de laboratórios que fornecem o serviço. A empresa meuDNA em parceria com o laboratório Mendelics criou até um kit para que o cliente possa fazer a coleta do material no conforto da sua casa e então enviar para o laboratório de análises.


O meuDNA tem basicamente dois serviços: o meuDNA Origens, que compara o DNA do cliente com o de 88 populações ao redor do mundo e fornece um panorama sobre as 8 gerações anteriores da pessoa; e o meuDNA Saúde, que procura no genoma do cliente genes já conhecidos por causar uma variedade de tipos de câncer, Doença de Wilson, alto nível de colesterol e de triglicerídeos. O primeiro serviço está disponível por R$499,00 enquanto o último está disponível por R$1199,00 - consideravelmente menos que os 2 bilhões de dólares necessários para sequenciar o genoma humano pela primeira vez, entre 1989 e 2000.


O laboratório de testes genéticos da USP também realiza tal serviço, porém com uma gama muito maior de testes, variando desde autismo, doenças intelectuais e distúrbios de desenvolvimento a doenças metabólicas, esqueléticas, neuromusculares e neurodegenerativas.

É importante ressaltar que a identificação de tais genes no material genético do solicitante não significa que com certeza tal pessoa desenvolverá tal doença. As análises resultam em probabilidades de surgimento de tais, que podem ser maiores ou menores. Cabe à pessoa, em conjunto com seu médico, analisar tais probabilidades e decidir sobre medidas preventivas, como a retirada de mamas, de útero, ovários etc de modo a evitar o aparecimento de cânceres, por exemplo.


A medicina preditiva tem o potencial de reduzir custos de tratamento, prever surtos de epidemias, evitar doenças quando possível e melhorar a qualidade de vida em geral. E com as tecnologias participando cada vez mais da área da saúde e do dia a dia das pessoas, a tendência é que haja um aumento desses benefícios, com a redução da hospitalização e uso crônico de medicamentos.



Fontes (acessadas em 08/07/2020):



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