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A relação entre dor crônica e depressão

Por Isabella Lupinari Volpato



O presente texto busca trazer informações relacionadas à depressão e à dor crônica, e de que maneira essas duas condições se associam em indivíduos distintos. O termo generalizado - dor - diz respeito ao sintoma primordial que mais faz pacientes buscarem por ajuda médica. É descrito pela Associação Internacional para o Estudo da Dor como: “A experiência sensitiva e emocional desagradável associada a lesões reais ou potenciais [...]”.

Entende-se por essa definição que sentir dor faz parte de um evento sensitivo e emocional que, a depender do incômodo e da veemência com que se manifesta, individual a cada um, pode vir a transformar o estado psicológico do paciente, por essa razão, as dores crônicas podem ser vinculadas à depressão clínica.

A depressão é uma condição distinta do humor depressivo. O estado depressivo costumeiro e recorrente em situações diárias é de cunho esporádico, ocasional, podendo se apresentar nas formas de tristeza, luto, frustração e esmorecimento. A depressão clínica, no entanto, dita em termo de pacientes com dores crônicas, têm seus sinais comportamentais de alerta baseados na perda de contentamento, isolamento social, hostilidade, comprometimento no desempenho individual e em relacionamentos familiares, sociais e profissionais.

A relação entre as dores crônicas e a depressão, consiste em uma relação multifacetada, visto que um estudo na área sugeriu que praticamente 50% dos pacientes com dores crônicas e depressão, manifestaram ter desenvolvido ambos simultaneamente, sem que um exercesse influência sobre o outro.

Todavia, dados de outras pesquisas apontam que, ao final da realização de treze estudos, em nove deles, isto é, em aproximadamente 70% dos casos, a depressão não antecipou o aparecimento das dores crônicas. Por outro lado, em 38% a 46% dos pacientes apresentaram depressão depois do início da dor. Vale ressaltar, no entanto, que a depressão manifestada em pacientes com dores crônicas é diferente, em questões de desequilíbrios mentais e sintomatológicos, daquela manifestada em pacientes que a desenvolveram psicologicamente ou geneticamente.

Apesar de ser o foco dos estudos citados, a depressão não é o único transtorno mental associado à pacientes vítimas de dores tremendas, um estudo realizado em 2003 a respeito do predomínio de diagnósticos psiquiátricos em pacientes com dores crônicas, feito conforme as diretrizes do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III-R), sugeriu que, em uma amostra de 382 pessoas: 35,1% apresentou qualquer transtorno de ansiedade, 21,7% apresentou qualquer transtorno de humor, e 15,7% apresentou fobia simples.

Conclui-se, então, que a dor é indubitavelmente associativa a transtornos psicológicos e, sobretudo, a maioria dos pacientes que dispõem de dores crônicas apresentam depressão decorrente deste diagnóstico.


Referência


Teixeira, M. J. (2006). Dor e depressão. Revista Neurociências, 14(2), 44–53. https://doi.org/10.34024/rnc.2006.v14.8762 . Acesso em: 20 set 2021








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